Risco de demissões em massa continua assombrando Campina Grande

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O julgamento da Ação Civil Pública ingressada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a empresa AeC, maior empregador com carteira assinada de Campina Grande, deverá acontecer na próxima semana e, por isso, voltam à tona as preocupações com a possível perda de cerca de 10 mil postos de trabalho na região, e também com os impactos sociais e econômicos caso uma decisão contrária à empresa fique definida.

A expectativa com relação ao julgamento desta Ação Civil, questionando alguns termos do Acordo Coletivo firmado com o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Paraíba – SINTEL, tem assombrado autoridades locais diante dos riscos inerentes envolvidos e a real possibilidade de migração dos postos de trabalho da AeC em Campina Grande para outras localidades onde a empresa já tem operações, como Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará.

A situação é grave e expõe não apenas a possibilidade de desemprego em massa, como também o impacto para as famílias dos trabalhadores que poderão ser afetados, com efeitos sociais devastadores, pois poderão ser 10 mil desempregados, 10 mil famílias com renda comprometida ou cortada, menos 10 mil famílias consumindo e pagando impostos, ou seja, consequências imensuráveis que dizem respeito ao conjunto da sociedade campinense.

A AeC tem privilegiado a Paraíba em seus investimentos para consolidar e continuar crescendo no estado, notadamente em Campina Grande, no entanto, os questionamentos do Ministério Público do Trabalho inviabilizam os serviços prestados pela AeC aos seus clientes. De forma prática significa que uma pessoa, ao tentar resolver algo com uma empresa utilizando o call center, pode ter o atendimento interrompido pelo atendente porque o horário de trabalho dele terminou e não é permitido fazer hora extra. É essa condição que o MPT de Campina Grande quer impor, deixando inviável a operação na cidade. O Ministério Público do Trabalho em João Pessoa, por sua vez, foi favorável às horas extras acordadas com o Sindicato, além de inúmeras jurisprudências em torno desses questionamentos no Supremo Tribunal Federal.

Diante desse cenário, as autoridades estão apelando para evitar a saída da empresa em Campina Grande, visando um desenvolvimento inclusivo, além de manter a atratividade do município para instalação de outras empresas e negócios.

O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP-PB), lembra que “Não serão apenas 10 mil desempregados, serão 10 mil famílias desestabilizadas, ainda mais no momento como o atual e as dificuldades de recolocação profissional com as condições oferecidas por uma empresa do porte da AeC. Além disso, não podemos esquecer o efeito dominó que causará no comércio e serviços de toda ordem do município”, pontuou o vice-governador.

Por sua vez, o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, reforçou as preocupações do vice-governador, acrescentando que “se mantida a decisão do Ministério Público do Trabalho, Campina Grande só tem a perder e as consequências são quase imensuráveis, mas posso citar também, além do já lembrado por Lucas Ribeiro, a perda de arrecadação, menor atratividade para instalação de outras empresas e negócios”. Nosso papel, finalizou o prefeito campinense, é sensibilizar autoridades e a sociedade para a importância da manutenção da AeC em nossa cidade e que essa é uma luta de todos daqueles que têm interesse no desenvolvimento inclusivo, pois a migração da empresa para outra localidade será um desfecho desastroso para a região.

O deputado federal Romero Rodrigues (PSC-PB) fez coro com o vice-governador e o prefeito de Campina Grande, prometendo lutar intensamente para evitar prejuízos para o município e região.

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