Ibovespa cai mais de 6% e dólar salta para R$ 5,67 após Moro pedir demissão

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O Ibovespa acelerou as perdas nnesta sexta-feira (24), chegando a cair mais de 7% na mínima após o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar sua demissão da pasta.

A decisão foi tomada após Moro ser surpreendido pela publicação no Diário Oficial de hoje da demissão, pelo presidente Jair Bolsonaro, do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que é pessoa de confiança do ministro.

Em coletiva, Moro disse que foi pego de surpresa pela exoneração de Valeixo e que não assinou o documento. Além disso, ele criticou o governo e disse que não poderia continuar no cargo diante do que chamou de interferência da presidência na autonomia da PF.

Às 11h45 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira registrava queda de 6,57%, aos 74.439 pontos, com a pressão política levando ao descolamento do cenário externo, onde os índices das bolsas dos Estados Unidos registram leve alta.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 2,61%, cotado a R$ 5,6704 na compra e R$ 5,6723 na venda. O dólar futuro para maio, por sua vez, avança 2,59%, a R$ 5,680.

Segundo Carlos Menezes, gestor de portfólio da Gauss Capital, a saída de Moro aumenta a chance de, em caso de novo estresse, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também saia do governo. Guedes tinha uma live com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, mas cancelou em meio ao aumento da tensão, o que piorou o humor do mercado.

Em entrevista para a Bloomberg, Menezes avalia que o mercado vê uma potencial piora da popularidade de Bolsonaro com a demissão de Moro, o que poderia afetar as reformas. “Além de ficar claro que ele acaba não preservando os ministros base, que são Moro e Paulo Guedes”, disse.

Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe 31 pontos-base, a 3,85%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem alta de 40 pontos, para 5,14%. O contrato para janeiro de 2025 avança 45 pontos-base a 6,85%.

Agenda econômica

Nos Estados Unidos, os pedidos de bens duráveis caíram 14,4% em março, contra uma expectativa do mercado de recuo de 11,9%, com o início da crise da pandemia do novo coronavírus. Às 11h, a Universidade de Michigan publica o sentimento do consumidor em abril.

Pandemia avança no Brasil

O Brasil bateu ontem seu recorde de mortes diárias pelo coronavírus, com 407 óbitos – metade no Estado de São Paulo – em 24 horas. Até ontem, o máximo de mortes diárias era de 207. O total de mortes confirmadas é de 3.313 na manhã de hoje. O número de casos confirmados ultrapassa 49 mil.

Os dados chegam no momento em que os governos estaduais começam a abrandar as quarentenas, ou se preparam para isso. Ontem houve a reabertura do comércio no Estado de Santa Catarina, embora em São Paulo o final da quarentena esteja marcado para 11 de maio. A decisão ainda pode ser revista pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Noticiário corporativo

A Invepar declarou ontem que cumpriu todas as condições para vender a sua subsidiária Concessionária Raposo Tavares (CART) para o Fundo Pátria. Segundo a Invepar, a transação acontecerá no dia 30 de abril.

Anunciada no final do ano passado, a aquisição do Pátria também inclui outras duas rodovias controladas pela CART, a SP-225 e a SP-327, que ligam a Raposo Tavares a cidades do centro do Estado de São Paulo, como Bauru. Já a Copel – Companhia Paranaense de Energia, informou que fez um repasse de R$ 3,3 milhões para sua subsidiária FDA Geração. Segundo a estatal paranaense, a FDA usará os recursos para pagar os Encargos do Uso do Sistema de Transmissão (EUST).

Já a Lojas Renner anunciou nesta quinta, em comunicado ao mercado, que a partir de amanhã iniciará a reabertura gradual de algumas de suas lojas. A medida abrange “unidades pontuais” da Renner, Camicado, Youcom e Ashua, segundo o documento.

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