Autoridades resistem a cortes de salários por coronavírus

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O avanço do coronavírus no país deflagrou um movimento pela redução salarial de autoridades públicas como prefeitos, secretários, vereadores e deputados. Em São Paulo, ainda que haja resistência, a ideia se converteu em projetos no Legislativo estadual e em câmaras municipais, até com adesão de grupos como o Vem Pra Rua.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o partido Novo apresentou quatro propostas de redução salarial escalonada, chegando a propor cortes não só para deputados e comissionados, mas também servidores concursados. O Estado apurou que as proposições enfrentam resistência entre os deputados, que discutiram a proposta em um grupo de WhatsApp.

A deputada Janaina Paschoal (PSL) apresentou um projeto de resolução que prevê a transferência de recursos de verba de gabinete e de parte do salário dos deputados ao Tesouro Estadual para o combate ao Covid-19.

Ela defende que que o salário dos deputados seja reduzido em 59% durante a calamidade e que sejam suspensas a gratificações especiais da Casa.

A parlamentar assina um projeto que prevê a destinação de 50% a 95% da verba de gabinete dos deputados (pouco mais de R$ 30 mil por mês para cada um), além das emendas, para um fundo de combate à covid-19. “O exemplo poderá, em alguma medida, incentivar o Poder Judiciário a também desvincular seu elevado fundo para o combate aos efeitos da pandemia”, justifica a deputada.

Para o líder do Novo na Casa, deputado Daniel José, a redução de salário tem efeito mais moral do que fiscal. “O setor público nunca dividiu a conta de uma crise com o setor privado. O setor privado sempre paga a conta sozinho.” Presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB) já declarou que a Casa não utilizaria os recursos economizados de bancadas que, a exemplo do que faz a do Novo, abram mão dos recursos das verbas de gabinete. Desta forma, os recursos podem ser utilizados para um fundo de combate ao vírus.

A proposta de redução salarial aos deputados conta com apoio da oposição. “Na hora do aperto, os deputados têm que colaborar”, disse o deputado Emídio Souza (PT).

“Essa ideia de redução de salários do poder público está se pulverizando. É um absurdo gastar dinheiro de gabinete com impressão de material nesse momento”, diz a corretora de imóveis Adelaide Oliveira, porta-voz do grupo Vem Pra Rua.

Terra

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