Adiamento dos Jogos Olímpicos pode custar R$ 13 bilhões ao Japão

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Com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio adiados de 2020 para 2021 nesta terça-feira em decisão inédita do Comitê Olímpico Internacional (COI), o Japão pode ter um custo adicional de US$ 2,7 bilhões, cerca de R$ 13 bilhões na cotação atual (US$ 1 = R$ 5,10). A informação é do jornal japonês especializado em economia “Nikkei”, que levanta também a questão de quem arcará com isso, afirmando que, provavelmente, serão os “contribuintes japoneses”.

– Com certeza haverá custos. O valor, contudo, não sabemos agora. E quem vai pagar isso? Não preciso dizer que não serão discussões fáceis e não sabemos quanto tempo vão durar – disse o CEO do Comitê Organizador de Tóquio 2020, Toshiro Muto.

Presidente do COI, Thomas Bach afirmou em uma teleconferência com jornalistas do mundo todo nesta quarta-feira que o primeiro-ministro Shinzo Abe se comprometeu a “fazer tudo que for preciso”.

– Vai ser um custo adicional para os japoneses. Mas o primeiro-ministro Abe se comprometeu a fazer tudo o que for preciso. Todos foram impactados, jornalistas, atletas. Temos de fazer desses Jogos um símbolo de união – afirmou Bach.

Os organizadores de Tóquio 2020 terão de renegociar inúmeros contratos. Dentre alguns dos custos extras estão a manutenção das arena e a possível mudança de locais de jogo. Por exemplo, o tradicional Budokkan, onde o judô está previsto para fazer suas disputas, está alugado no ano que vem para um evento. Ainda que a nova data dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos não tenha sido escolhida, isso é uma questão a ser pensada.

– Algumas arenas talvez precisemos seguir alugando até o ano que vem, porque elas precisam de pelo menos um ano para ficarem prontas. Não podemos devolvê-las e pegar de volta só para a Olimpíada. Isso significa custo extra – completou Muto.

Há um problema também em relação à Vila dos Atletas, já que muitos dos apartamentos construídos para abrigar os esportistas no período dos Jogos já estão sendo negociados com possíveis compradores, e alguns – cerca de 1/4 dos 5,632 – já foram vendidos (há apartamentos que valem US$ 1 milhão (R$ 5,1 milhões).

O Comitê Organizador emprega também 3,5 mil pessoas como membros de seu estafe e talvez alguns percam seus empregos. As marcas que pagaram Tóquio 2020 para estarem atreladas aos Jogos Olímpicos também são uma questão. Elas pedirão reembolsos? Farão novos contratos? Readequarão os atuais?

A pandemia de coronavírus já registrou mais de 425 mil casos e mais de 18 mil mortes por complicações da Covid-19 em todo o mundo. Em sua 32ª edição, a previsão era de que 11 mil atletas, de pelo menos 204 países, disputassem os Jogos, distribuídos por 33 esportes. Se não bastasse esse contingente de pessoas, o COI e o Comitê Organizador do Japão tinha por estimativa que as provas recebessem até cinco milhões de espectadores de todo o mundo, nos 43 locais de disputas.

G1

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